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Dor é feminino?



Quem sente mais dor, a mulher ou homem?

Quem é mais sensível a dor, o homem ou a mulher?

Quem tolera mais dor?

Quem será que está mais exposto a situações de dor, o homem ou a mulher?

Social e cientificamente essas perguntas permeiam discussões familiares, entre amigos, profissionais de saúde e pesquisadores.


Do ponto de vista biológico, sabemos que as fêmeas costumam ser mais sensíveis aos estímulos que os machos. Ou seja, para um mesmo cheiro, a fêmea perceberia o odor antes do macho;

para uma espetada na pata, a fêmea se protege antes do macho. Então, quando falamos em sentir o estímulos externos, os potenciais agressores aos corpo, as fêmeas são mais sensíveis.

Sociólogos argumentam a maior sensibilidade feminina a dor, ao olfato, à visão, ao paladar e a audição, tem o fator protetor da cria. Assim as fêmeas poderiam estar atenta a predadores e outros riscos do meio ambiente e agir de precoce. Enquanto os machos precisariam de um estímulo mais forte para sentir por envolverem-se mais em combates, lutas, caça.

Mas, sentir dor é diferente de tolerar a dor.


Mesmos nos estudos de dor a gente costuma separar essas duas medidas. Uma coisa é o estímulo ativar nossos "nervinhos a flor da pele" para avisar ao cérebro que tem algo potencialmente perigoso, outra coisa é quanto tempo a gente aguenta aquele tipo de dor. A tolerância a dor parece ter muito mais relação com as fatores psicológicos, sociais e culturais que os fatores biológicos em si. O ambiente influencia muito, se nos sentimos em segurança, ou se corremos risco de vida. Talvez você tolere muito mais uma fratura na perna quando está em um conflito como a guerra na Ucrânia do que uma fratura na perna por uma queda da escada.

Conclusão biológica, as mulheres sente mais do que os homens e isso não se limita a dor. E a tolerância a dor depende de outros elementos externos e das características psicossociais de cada cultura.


Quem está mais exposto a situações de dor, o homem ou a mulher?

Como as mulheres vivem o ciclo hormonal mensal, e esses hormônios mudam a sensibilidade em geral, inclusive a sensibilidade a dor; considera-se que as mulheres estão mais expostas que os homens do ponto de vista biológico. Claro que a exposição a situações de dor depende diretamente do estilo de vida e da profissão de cada um. Logo, fatores psicossociais e culturais vão influenciar diretamente essa exposição.


 

Até aqui a gente conversou sobre a ciência, as evidências. Mas eu gostaria de aproveitar que ontem foi o dia internacional da mulher e refletir com vocês sobre o tratamento da dor na mulher versus o homem.


Nas conquistas de igualdade de gênero, nós também temos essa luta a enfrentar para mudar a realidade de aceitação da dor na mulher.


Estudos realizados em diversos países apontam que a dor na mulher costuma ser subestimada.


De forma generalizada, mulheres esperam mais tempo por um tratamento, mulheres são menos medicadas para a dor que os homens, a dor da mulher é percebida por muitos como uma expressão excessiva ou dramática comparada a manifestação de dor de homens, em ambiente hospital.


E ainda tem outro problema em tudo isso, os homens que sentem dores intensas, dores crônicas, como por exemplo fibromialgia. Eles também passam por situações delicadas pois são doenças de predominância feminina, estima-se que a cada 8-9 mulheres 1-2 homens vão ter essas dores. Estudos destacam a dificuldade de manter sua identidade social por sentir tantas dores. As dores parece que estão associadas ao gênero feminino.


Um recente estudo descobriu que os estereótipos de gênero são particularmente decisivos na estimativa da dor dos pacientes. Por causa da falsa crença de que as mulheres são hipersensíveis à dor e a expressam ou exageram com mais facilidade, a equipe de saúde, tanto homens quanto mulheres, muitas vezes desconta os relatos verbais das mulheres e o comportamento não verbal que expressa a dor.


Sendo assim são,

Normaliza-se a dor na mulher, pois dor faz parte do gênero feminino. Então poderíamos subtratá-las pois estão acostumadas?

Apesar de tratarmos melhor a dor no homem, refere-se mais a dor aguda. Pois, por outro lado, desrespeita-se a dor crônica no homem, nesse homem fragilizado pela persistência da dor.


 



A dor é universal

A dor é uma experiência subjetiva

A dor acomete mulher homem, adulto idoso, crianças adolescentes, animais …

A dor é de quem sente.


Mas a gente julga.


E você?


Já percebe como você julga a dor do outro?


Quando um colega de trabalho ausenta-se por motivo de dor, você tem a mesma avaliação se for uma colega de trabalho?


Quanto uma adolescente está com cólica, dor abdominal intensa, não medicada, será que ela consegue se concentrar bem nas aulas?


Convido vocês a observarem se a SUA avaliação da dor do outro é influenciada pelo gênero?


Vamos mudar esse cenário!



















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