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Avaliar a dor (a dor do outro)

Avaliar a dor é primordial para conhecer o paciente, sua percepção e história com a dor para então planejar o seu tratamento. Existem escalas, questionários e vários protocolos para isso. Neste post, assim como nos outros, nosso objetivo é aplicar o conhecimento da ciência a prática clínica. Informar profissionais de saúde e pacientes.


No pondo de vista da metodologia utilizada pela EDUCA A DOR, a conversa inicial pode nos trazer respostas, inúmeras idéias para promover autonomia do paciente ao longo do processo terapêutico. Além das perguntas clássicas para classificação da dor.

Sugerimos que você avaliar a dor e as estratégias, os momentos, os locais, e as compreensões do paciente frente a sua dor.

A dor é um fenômeno DINÂMICO (que muda conforme o contexto) e nos pacientes com dor DIFUSA (espalhada pelo corpo, ou a dor que fica mudando de lugar) este "dinamismo" da dor pode ser causa de dúvidas sobre o próprio sintoma.


Avalie onde dói, mas também onde a pessoa percebe que a dor melhora? Deixe o paciente perceber e refletir, por exemplo: no banho a dor nos ombros alivia; ver um filme alivia a dor nas pernas, .... [o paciente responde, o profissional escuta]


Avalie como dói, com é esta dor. Avalie também como a pessoa faz para aliviar essa dor.


Avalie quando dói. Pergunte também quando a dor reduz, quando alivia: no fim do dia, ao acordar, no trabalho,...


Avalie por que dói? Qual a causa associada pelo paciente para esta dor, e suas reflexões sobre os momentos de alívio e de piora da dor. [o paciente responde!]


Por que destacou-se a importância em

dar tempo ao paciente responder,

ao contrário do profissional de saúde

propor uma resposta?


O mais difícil...

o que seria mais difícil na avaliação da dor?


Vamos propor algumas sugestões ao leitor:

  • saber qual questionário usar?

  • saber o que fazer com a dor e as dores do paciente?

  • conseguir descobrir qual a dor mais importante?

  • ouvir e encontrar os pontos siginificativos ao tratamento?

  • ...



Quem já leu o livro Estratégias terapêuticas para o tratamento da dor já tem uma idéia do que pode ser "o mais difícil" para a visão da EDUCA A DOR.

Sim, a comunicação. O mais difícil provavelmente esteja na habilidade de comunicar, na construção da relação de confiança e no ajuste da linguagem.



Compreender e ser compreendido.

Versus

Ser verbalmente agredido.



Como você classificaria a sua comunicação com o paciente?

  • Você constrói uma linha de raciocínio com seu paciente?

  • Você critica as conclusões e reflexões que o paciente faz?

  • Você pensa em criticar as frases que o paciente diz?

  • Você tem até "raiva" por ouvir frases clichê que hoje estão descrita entre os fatores que prejudicam a evolução do paciente?

Quais seriam as características que deveriam ser observadas com mais atenção em sua comunicação?


A Educa a dor, segue o modelo dos construtivistas, e considera o tipo de relação interfere diretamente na troca de experiência entre os pares. Relações hierárquicas tendem a limitar o conhecimento das percepções do paciente sobre a dor e outros eventos.


Relações simétricas ou complementares otimizam a construção e ressignificação de conceitos e percepções.


Mas o mais difícil mesmo é

ACEITAR opiniões diferentes das nossas.




Aceitar

-------sem reagir --------

------sem julgar ✃-------

aceitar sem ter que

expor a nossa opinião.



No contexto terapêutico, isso pode ser "traduzido" em: "profissionais de saúde não precisam expor suas "verdades" sobre as "verdades" do paciente.


Isto não quer dizer que não iremos mais explicar "a (nossa) verdade" para nosso paciente, mas sim, que não será julgada a crença e a percepção do paciente. Em nossa rotina na EDUCA A DOR abordamos estes acontecimentos como a realidade de segunda ordem (do paciente e a nossa).



A percepção nos permite fortalecer crenças e as crenças fortalecem nossa fé.

A fé (não a religiosidade) mas a espiritualidade individual.


Por outro lado, as crenças pode ser classificadas como limitantes. Mas crenças são construídas a base de percepções e experiências, desconstruí-las ou melhor RESSIGNIFICA-LAS RECONSTRUÍ_LAS significa compreender (ao menos em parte) a realidade do outro.


A dor do outro

A realidade do outro

A interpretação do outro.

Neste caso, o outro refere-se ao paciente. 🧩


A dor é uma percepção, sua modulação depende diretamente do contexto, das expectativas, da interpretação das "evidências" (pontos chaves que a pessoa percebe no ambiente) e experiências anteriores.


Se esta percepção alimenta um crença e esta fortalece a Fé.

[Profissionais de saúde não deveriam distanciar-se da compreensão das crenças]


Se. crença otimiza a fé,

e a Fé (espiritualidade). já mostrou inúmeras evidências de modulação na atividade cortical em diferentes situações (veja estudos de Andrew B. Newberg, e muitos outros).


Se houver discussão entre a crença do paciente e a "crença científica" do profissional de saúde, distancia-se de um poder de modulação cortical muito importante para recuperar e promover a meta-plasticidade no córtex de uma pessoa com dor crônica.





Avaliar a dor do outro, 💭

seria avaliar a perceção da dor do outro,🗯

logo seria avaliar a perceção.💬

Há crenças ou verdades em percepções?🕯

SIM e nós as denominamos Realidades de segunda ordem!💡



---------❧-----------



Ressignificar


Oferecer novas percepções, novas experiências para ajudar

o paciente a enfrentar "as tais crenças limitantes"


[Sempre lembrando que profissionais de saúde

TODOS também possuem suas "crenças limitantes"]











Gentileza gera gentileza


& fortalece a autoestima

& empoderamento para aplicar estratégias de alivio da dor

& alívio da dor


Importante: Paciente, lembre de ser gentil consigo mesmo !

















E lembre-se paciente e profissional de saúde, errar é humano! Lembre-se de ser "humano" quando alguém (ou você mesmo) errar) não julgar, não culpar!







Respeite os direitos autorais.

Autora: Juliana Barcellos de Souza, PhD



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